Nos dias 21 e 22 de agosto, no campus do Instituto Federal de Sergipe em Lagarto, ocorreu mais uma edição do Festival do Patrimônio Material e Imaterial do Centro-sul Sergipano. Na edição deste ano, o evento, que já se tornou uma marca do campus, celebrou saberes e fazeres da cultura popular, com destaque para os festejos do ciclo junino. Apresentações culturais, exposições diversas e simpósios temáticos movimentaram o IFS – Campus Lagarto em um sinal claro de que o saber popular e o saber acadêmico devem caminhar lado a lado, retroalimentando-se e comungando o que cada um produz em seu campo de atuação. Em sua terceira edição, o festival já se consolidou enquanto evento institucional da região centro-sul de Sergipe.
Coordenadora geral do festival, a professora de História Mariana Barreto destaca que um dos pontos fortes do evento é a forte articulação entre pesquisa, ensino e extensão. “Recebemos a visita de 14 escolas e mais de 270 brincantes de variados grupos folclóricos, além dos simpósios com pesquisadores da área”, destacou a professora, que já pensa na quarta edição do evento, prevista para a penúltima semana de agosto de 2026. “Patrimônio é cultura, é vida, pois fala muito de nossas raízes e do sentimento de pertencimento a um lugar, a um grupo, a uma comunidade”, finaliza Mariana.
A estudante da 1ª série do ensino médio Thâmara Santana, do Colégio Estadual Francisco Barbosa Santos, no povoado Água Fria, em Salgado (SE), participou do evento apresentando um trabalho sobre o papel dos festejos juninos na formação identitária do município de Salgado. Thâmara relata que aceitou o desafio de apresentar para um público diferente para sair da zona de conforto e porque objetiva compreender o São João não apenas como evento lúdico, mas principalmente como elemento de formação identitária. “Buscamos entender e nos aprofundar no conhecimento dos festejos juninos na formação da identidade cultural. Entrevistamos pessoas que viveram esses festejos em épocas remotas e nos tempos atuais. Percebemos mudanças, continuidades, questões a serem melhoradas, mas algo é unânime: o São João é um patrimônio vivo que conecta passado, presente e futuro”, assevera a estudante.
Também presente no festival, o superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em Sergipe, Luiz Eduardo Oliva, apresentou para a comunidade acadêmica o quão amplo é o conceito de patrimônio e destacou algumas ações em nosso estado do órgão por ele comandado. Para ele, com o evento, o IFS – Campus Lagarto cumpre majestosamente um objetivo que é também uma finalidade do IPHAN, que é a educação patrimonial. “Vocês estão cumprindo um papel fundamental numa região muito rica culturalmente, onde a preservação da cultura deve ser incentivada desde cedo. Dou apenas um exemplo. Estamos celebrando o folclore e é aqui na cidade de Lagarto que surge, no século XIX, um dos maiores folcloristas do Brasil, que é Sílvio Romero”, salientou o superintendente, que disse ter ficado encantado com o envolvimento de jovens com um tema tão relevante para a sociedade.
