Uma pesquisa realizada pela Alfa Inteligência, que acaba de ter seus dados divulgados, revelou que a grande maioria da população nordestina percebeu o aumento no preço dos alimentos consumidos no dia a dia. Segundo o levantamento, realizado durante o mês de julho, 85% dos entrevistados afirmaram sentir alta nos últimos meses, sendo que 67% acreditam que os preços aumentaram muito e 18% que aumentaram um pouco. Apenas 5% disseram que os preços diminuíram.
O estudo foi conduzido de forma presencial em 130 cidades da região Nordeste. Foram entrevistadas 2.404 pessoas com 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos e o nível de confiança é de 95%.
A pesquisa mostrou variações significativas na percepção da inflação dos alimentos:
· Mulheres são mais sensíveis ao aumento (74%) do que os homens (60%);
· Entre os jovens de 16 a 24 anos, 73% relataram sentir a alta, enquanto no grupo de 60 a 69 anos esse percentual caiu para 56%;
· Pessoas sem instrução formal apresentaram menor percepção (58%), enquanto aqueles com ensino médio e superior atingiram índices de até 72%;
· Do ponto de vista religioso, a percepção foi de 78% entre evangélicos e 63% entre católicos.
Para o CEO da Alfa Inteligência, Emanoelton Borges, os dados refletem o peso da desigualdade social na percepção do aumento do custo de vida. “Quando 85% da população afirma sentir a alta dos alimentos, isso não é apenas uma estatística — é um retrato da realidade dura das famílias brasileiras, especialmente das mais pobres. A comida, que deveria ser um direito básico, está se tornando cada vez mais cara e inacessível”, avalia.
Para Borges, a pesquisa mostra é que a percepção da alta dos preços não é apenas um dado econômico, mas uma questão social. “Quando a maioria da população, sobretudo mulheres e jovens, afirma sentir o peso da inflação dos alimentos, estamos falando de impacto direto na mesa das famílias. Isso reforça a urgência de políticas públicas que priorizem o poder de compra da população e a valorização da renda, para que o acesso à comida de qualidade não dependa apenas da condição econômica de cada um”, destaca.
Metodologia
A coleta de dados foi feita por meio de entrevistas presenciais com questionários estruturados, conduzidas por uma equipe treinada da Alfa Inteligência. As respostas foram enviadas em tempo real via 3G para a base da empresa e tratadas com softwares estatísticos adequados. Para garantir a qualidade dos dados, houve checagem de no mínimo 20% das entrevistas e supervisão virtual, que registrou o tempo de duração, horário da aplicação e análise de áudios quanto à fidelidade do questionário e abordagem do pesquisador.